Introdução
A miomatose uterina é uma condição frequente, estima-se que quase 70% das mulheres possam desenvolver miomas ao longo da vida, embora nem todas apresentem sintomas. Neste artigo, vamos explorar os aspectos principais dessa doença, incluindo sintomas, tipos de miomas, diagnóstico e os tratamentos disponíveis.
Sintomas
Os miomas uterinos, também conhecidos como fibromas, podem apresentar sintomas variados, dependendo de sua localização, tamanho e número. Os sinais mais comuns incluem:
-Sangramento menstrual intenso ou prolongado.
-Dores pélvicas ou sensação de pressão na pelve.
-Aumento do volume abdominal.
-Dificuldade para engravidar.
Se você apresenta algum destes sintomas, agenda uma consulta ginecológica
A Dra Juliana Diniz é ginecologista com mais de 10 anos de experiência e especialização em endoscopia ginecológica, sendo habilitada a realizar os tratamentos cirúrgicos da miomatose pelas vias menos invasivas, permitindo às pacientes um retorno mais rápido a sua rotina

Classificação (tipos) de miomas
Os miomas são classificados com base em sua localização dentro do útero:

1-Submucosos: localizados na camada interna do útero, podem causar sangramento intenso e são os mais associados à dificuldade de engravidar.
2-Intramurais: desenvolvem-se na parede muscular do útero, podendo provocar dor e também sangramento menstrual aumentado
3-Subserosos: localizados na parte externa do útero, geralmente não causam aumento do fluxo menstrual, porém quando atingem grandes dimensões podem levar à dor, compressão de outros órgãos, sensação de peso e aumento do volume abdominal.
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente é feito através de exames de imagem, mas algumas vezes o diagnóstico pode ser no próprio exame físico durante a consulta ginecológica.
Dentre os exames utilizados para diagnóstico e definição do tratamento dos miomas, temos:
–Ultrassonografia, preferencialmente pela via transvaginal: método não invasivo que ajuda a visualizar o útero e os ovários.
–Ressonância magnética: utilizada para definir melhor o tamanho e localização dos miomas, geralmente indicada no pré operatório para melhor programação da miomectomia (retirada de miomas).
– Histeroscopia também pode ser utilizada para identificar os miomas que se posicionam no interior do útero
Tratamento
O tratamento para miomatose depende dos sintomas, tamanho, localização dos miomas e se a paciente tem desejo de engravidar. As opções incluem:
-Uso de medicamentos
- Hormônios, como Pílula ou DIU hormonal, podem levar à redução do sangramento e das cólicas. Podem ser indicados para pacientes sem desejo reprodutivo no momento e que não tenham indicação cirúrgica
- Agonista do GnRH: medicação que leva à uma “menopausa” transitória, permitindo reduzir volume do útero e controle de anemia em pacientes com sangramento de difícil controle, que muitas vezes se beneficiam com este recurso antes de uma cirurgia
- Anti-inflamatórios: ajudam a reduzir o volume de sangramento e a cólica, porém não devem ser utilizados em excesso ou sem orientação médica devido efeitos colaterais
-Cirurgias:
- Miomectomia (remoção dos miomas)
- Histerectomia (remoção do útero) para pacientes sem desejo reprodutivo
A via de cirurgia para miomectomia, pode variar a depender da localização e da quantidade de miomas.
Para miomas submucosos, aqueles que ficam no interior do útero, podemos realizar a remoção por histeroscopia, técnica em que uma câmera é introduzida via vaginal até o interior do útero e com uma alça de energia é realizada a retirada do mioma


Para miomas intramurais e subserosos, geralmente realizamos a cirurgia laparoscópica, com pequenas incisões para inserção das pinças e da câmera


E por fim para minoria dos casos, utilizamos a via laparotômica (“corte”), quando necessário.
Acompanhamento
O acompanhamento regular com um ginecologista é fundamental, mesmo em casos assintomáticos, para monitorar o crescimento dos miomas e mudanças no quadro clínico podem demandar ajustes no tratamento.
Considerações finais
A miomatose uterina pode impactar significativamente na qualidade de vida. Com diagnóstico e tratamento adequados, muitas mulheres gerenciam bem a condição. Se notar sintomas, como fluxo menstrual excessivo, aumento de cólica ou do volume abdominal, consulte um ginecologista.
Leitura Complementar
https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/miomatose-uterina.pdf